ENCONTRO NACIONAL DOS COMANDOS DA GUINÉ – 1964 / 66

COMANDOS GUINÉ - 45 ANOS DEPOIS


ALMOÇO DE CONFATERNIZAÇÃO EM 19/06/2011


CAMARADAS, VAMOS FECHAR AS COMEMORAÇÕES DO NOSSO REGRESSO DA GUINÉ, FAZ ESTE ANO 45 ANOS, PARA OS ÚLTIMOS QUE DE LÁ VIERAM.

PERGUNTARAM ALGUNS DE VÓS, MAS TANTO TEMPO A COMUMERORAR?

É VERDADE, DESDE 2010 a 2011, EM QUE SE COMEMORAM OS NOSSOS REGRESSOS À 45 ANOS.

VAMOS POIS JUNTARMO-NOS NOVAMENTE NUM ALMOÇO-CONVÍVIO EM TORRES VEDRAS.

LOCAL E DATA:

"RESTAURANTE "OS SEVERIANOS"

A

19 DE JUNHO DE 2011

PELAS

11:30 HORAS

TRAZEI A FAMÍLIA





IDES RECEBER TODAS AS INDICAÇÕES ATRAVÉS DE CARTA QUE VOS SERÁ ENVIADA PELO CORREIO.

PARA MIM, PARA TI OU PARA ALGUM DE NÓS PODE SER A ÚLTIMA OPORTUNIDADE PARA ESTARMOS JUNTOS. POR ISSO VEM PASSAR UMAS HORAS DE SÃO E SALUTAR CONVÍVIO CONNOSCO.


ESTE ANO VAMOS TENTAR LEMBRAR OS NOSSOS ANTIGOS HERÓIS QUE AS CHEFIAS MILITARES TÃO COBARDEMENTE ABANDONARAM À SUA SORTE, E QUE OS NOSSOS GOVERNANTES NADA FIZERAM PARA MINORAR TUDO PORQUE PASSARAM. POIS, FORAM ESTES BRAVOS DO PELOTÃO QUE DEFENDERAM OS SEUS INTERESSES.

VAMOS TAMBÉM LEMBRAR OS NOSSOS SOLDADOS NATURAIS DA GUINÉ, QUE AO NOSSO LADO LUTARAM E QUE TÃO COBARDEMENTE FORAM ABANDONADOS NA HORA DA DESPEDIDA PELAS CHEFIAS MILITARES.

POR TUDO ISTO VINDE À NOSSA CONCENTRAÇÃO EM TORRES VEDRAS - RESTAURANTE "OS SEVERIANOS" .

" QUERER É PODER "

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HINO DOS COMANDOS

sexta-feira, 23 de abril de 2010

G.C.G. - A0030: UMA HISTÓRIA VERÍDICA DE VEZ EM QUANDO- 1ª Parte


O Celebérrimo "BAILE NA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE BISSAU"
- 1ªParte -

Várias são as versões do que ocorreu neste BAILE, mas nenhuma delas é feita por quem viveu os acontecimentos. Vamos transcrever três dos relatos feitos por três indivíduos que estiveram presentes, dois dentro do baile e o outro fora do mesmo, eu próprio farei um pequeno comentário. Pois estive dentro do assunto,até vim numa Foto, que fez capa de uma Revista muito em voga naquela altura em PORTUGAL - "PLATEIA".
Tal Revista, para parecer bem, até nos apelidou de "Energúmenos", ou seja, indivíduos possessos do demónio que praticaram vários desatinos.
Vamos pois, começar o relato dos acontecimentos por quem os viveu e até os sentiu na própria pele.
Liceu Honório Barreto - Bissau (GUINÉ PORTUGUESA)
Foto: Desconhecido

(Do diário da Guiné, do então Furriel João Uva)
"5 de Junho de1965,    sábado,   fomos passar a manhã   à   praia    de   Quinhamel.
À noite fui ao Baile dos Finalistas da Escola Secundária, que teve lugar na Associação Comercial de Bissau. Era por convite, que no caso paguei 100$00 pela entrada. Conheci a Helena, Cabo-Verdiana, uma moça alta e elegante, à volta dos 25 anos, que me disse ser sobrinha do Pinto Bull, um dos grandes lá da terra.A certa altura estava eu a dançar mais uma vez com a moça, a quem fiz, aliás, companhia até o Baile acabar, quando, sem convite, vejo graduados dos Comandos vestidos à civil, entrarem por ali dentro sem ligarem aos protestos dos porteiros. Uns dirigiram-se ao Bar e outros para a pista, pedindo educadamente uma dança às finalistas do Liceu.
Após a entrada, o alferes Justo foi falar com os Africanos que se encontravam sentados numa mesa rectangular,junto a uma janela, que dominava o enorme salão, e que por sinal eram os responsáveis da festa da Escola. Inesperadamente, e sem qualquer motivo aparente, um deles partiu-lhe uma garrafa na cabeça. Logo a seguir ouviu-se, vindo da referida mesa outro a gritar, e outros a fazerem coro. Se o nosso Chefe estivesse aqui, e não em Conacry, referiam-se a Amílcar Cabral, nada disto acontecia, pois não entravam mesmo. O ambiente ficou muito tenso. E ficou muito pior quando o alferes Gil, o Mota, o Mirandela e o seu inseparável cão"UÍSQUE", entraram de rompante, com o cão a ficar no Hall de Entrada, à guarda de um Africano.
Furriel Ribeiro com o uisque - O nosso GRANDE AMIGO

Eram cerca de quatro horas da madrugada quando começou uma troca de murros num sítio, logo outra zaragata mais lá abaixo, depois a zaragata estendeu-se a vários pontos, à volta da pista de dança. Fez-me lembrar um fósforo a arder, a pegar fogo aos outros.
Apesar dos distúrbios, e como a música continuava a tocar, alguns pares tentavam alhear-se dos acontecimentos e continuavam a dançar.
Mais tarde,estimou-se que ao todo, éramos cerca de uma dúzia, e os africanos, negros e cabo-verdianos, que lá se encontravam mais de duzentos (200). Dada a disparidade de forças, vários paraquedistas entraram para dar uma ajuda.
Eu, que continuava a dançar, pedi à Helena para não sair da Pista e continuar a dançar sozinha, ao que ela acedeu, nem sei bem porque lhe pedi, nem porque ela acedeu. Disse-lhe que não me demorava, ia só solidarizar-me com os meus camaradas e depois voltava. Ela ainda me disse que eu podia ficar magoado, tranquilizei-a, disse-lhe que tinha alguma prática, que em Lisboa tinha estado em clubes a praticar boxe durante dois anos, tendo feito mesmo vários combates em público. Assim, e por três vezes, dava um pezinho de dança, atravessava a pista por entre os pares que estavam a dançar, ia a uma das zonas da pancadaria que por sinal se prolongou por bastante tempo, envolvia-me e dava uns bons pares de murros. Na altura não me cheguei a aperceber do motivo dessa minha atitude pois podia, facilmente, ficar amarrado ao barulho. A certa altura já toda a gente estava envolvida.
A P.M. entrou e tentou serenar os ânimos. Até que tudo se acalmou pelas seis da manhã.
Começaram então a pedir a identificação dos nossos, para mais tarde serem alvo de um processo de averiguações, o que nunca me pareceu que viesse a acontecer e que acabaria tudo por ficar em "águas de bacalhau". Enganei-me redondamente, mais tarde vim a saber que alguns camaradas foram mesmo alvos de processos disciplinares, pelo que cheguei à conclusão de que eu tinha tido muita sorte, pois juntei o útil ao agradável.
Não liguei mais ao assunto, por estar mesmo convencido que as altas patentes militares passariam uma esponja sobre o sucedido, não só devido ao facto de um oficial "comando" ter sido agredido, termos sido ofendidos e, como tal, todo o Exército Português, quando deram vivas à Guiné livre e independente e ao Amílcar Cabral.Afinal o Governador da Guiné defendia os seus homens ou o PAIGC?
No entanto pelo sim pelo não, e como o seguro morreu de velho, quando vi a P.M. entrar, apressei-me a atravessar, discretamente pelo meio dos pares, para os braços da Helena, a minha tábua de salvação, que estava a dançar sozinha e agarrei-me logo a ela. A P.M. não se deve ter apercebido que eu também andava no barulho, e tal como era de esperar nenhum dos nossos falou no meu nome, ninguém veio ter comigo para me pedir a identificação, e assim escapei. Que eu soubesse, a um dos que foi pedido o nome foi ao Mirandela, que para evitar o pior, foi ao Q.G. no dia seguinte, falar com um parente que lhe abafou uma eventual punição.
Ao fim e ao cabo, no meu critério, se tinham de punir os comandos, já que, pelo que se soube mais tarde, aos páras não aconteceu nada, deveria ser apenas pelo facto de terem entrado sem bilhete, já que a pancadaria foi iniciada pelos responsáveis da festa.
Afinal, como queriam que os comandos reagissem numa situação como esta? E o que aconteceu a quem partiu a garrafa na cabeça do alferes Justo? E os que proferiram insultos? E os que, no ambiente de guerrilha que se vivia, despoletaram a situação ao mencionar em altos berros o nome de Amílcar Cabral?
6 de Junho 1965, domingo. 
Às 19H00, fui com o Mirandela e alguns fuzileiros à Praça do Império. Vimos pequenos ajuntamentos de africanos, em atitudes hostis, talvez instigados pelo PAIGC, a tentar tirar ainda mais dividendos dos acontecimentos daquela madrugada.
Não sei bem como tudo começou, sei que um deles apanhou o Mirandela distraído, deu-lhe um murro, e depois correu a refugiar-seno cinema UDIB. Fomos atrás dele e nessa altura o porteiro cabo-verdiano começou a fechar a porta de correr, que era de lagartas, e assim o agressor escapava ileso ao que tinha feito. Para evitar que isso acontecesse puxei do cinturão de cabedal, dei-lhe com a fivela com toda a força na mão, e aporta não se fechou. O Mirandela entrou, apanhou-o e tratou dele.
Regressámos à Praça do Império e vimos uma pequena multidão à nossa espera. Eram muitos, pedimos pela rádio para Brá para que toda a malta comando que estivesse disponível viesse ter connosco, porque não se sabia o que podia acontecer. Não demoraram nem meia hora, felizmente. Neste intervalo, a multidão ganhou coragem e atacou-nos com o que podia e nós defendemo-nos com os cinturões. Quando viram o alferes Gil a chegar com duas Mercedes cheias de comandos, fugiram em debandada.
Com a Praça vazia usámos os mesmos veículos e regressámos todos a Brá.
Edifício da Associação Comercial da Guiné sita na Praça do Império, mesmo ao lado do Palácio do Governador
Foto: Desconhecido
Acabei agora mesmo de receber do meu Camarada e colega João Parreira, o João Uva, pessoal e integral do que se passou com ele. Obrigado João pela tua honestidade e verticalidade.
Para não demorar muito vou digitalizar, para que caso queiram possam ler o que se passou naquela célebre noite.

                     
Aqui fica a Narrativa do Camarada João

Os mesmos acontecimentos vistos pelo Furriel Miliciano Comando Mirandela que aqui presta o seu depoimento, para memória futura

Morreu um tipo qualquer de um qualquer País, o Salazar decretou três dias de luto e lá ficámos nós a ouvir música de mortos com a nossa bandeira a meia hasta. Custava-nos engolir estas histórias quando os nossos mortos eram ignorados.
Falava-se no próximo Baile dos Finalistas, que ia ser uma festa de arromba. Alguns dos nossos iam roncar com as namoradas ou com os arranjinhos. O Parreira andava todo satisfeito e o Quintanilha, aquele alferes dos páras até tinha mandado vir fato de cerimónia.
Quando estive de férias na metrópole logo a seguir à formação dos Grupos, os "Fantasmas" tinham accionado uma mina e perderam nove (9) dos nossos. Entre eles o meu grande amigo Artur. Morrem-nos nove (9) homens e a Emissora Nacional continuou a twist e -. Era isto que nos custava a engolir.Era este espírito que nos dominava nas semanas que antecederam o tal baile. A acrescentar, cabo-verdianos e alguns sectores guineenses não viam com bons olhos a nossa presença nas festas deles.
E chegou o dia,  melhor dizendo a noite da festa. Os furriéis Ilídio, Fabião, o Matos e eu, todos à civil, com o uisque ao lado, o valente pastor alemão que nos fazia sempre companhia. Logo à chegada vimos polícia de choque na entrada principal e Polícia Aérea na varanda. Tivemos alguma dificuldade em convencer os polícias cá de baixo, levou algum tempo e paciência, mas por fim lá se convenceram a olhar para o lado e fomos até ao bar da cave beber uma cerveja. O homem dobar que por sinal era PIDE, cismou com o uisque. Saia uma cerveja para cada um! O cão lá para fora! Palavra puxa palavra, sabe-se como é. Às tantas, diz que é melhor prestarmos atenção, que era da PIDE. Pois este cão nunca esteve ao balcão de um bar, mas fez mais pela pátria do que muitos como você. O uisque, atento a tudo, pôs as patas em cima do balcão e mostrou-lhe os dentes. Ficámos calados à espera, até o PIDE ao balcão se resolver a alinhar os copos e as garrafas. De copo na mão, sentámos-nos nos cadeirões à entrada e fomos vendo as debutantes, todas enfeitadas. Como o uisque ladrava como um desalmado, trouxe-o para a rua. Nisto quatro (4) negros acercaram-se de nós, depois mais uns tantos, quando demos por ela, estávamos numa roda deles. Eu  estava com dificuldade em controlar o uisque, um negro, perdido, gritou, eu fodo-te cão de um filho da puta, ensaiou um biqueiro no cão, a algazarra à nossa volta aumentava, incitavam-se uns aos outros, fodam-me esses cabrões e a polícia sem força para os acalmar. O uisque aproveitou a folga na trela para filar a perna de um, os outros debandaram pela escada acima e nós saímos para  a rua. Uns minutos depois, uma turba desceu as escadas na nossa direcção e tropeçaram no Matos. Lá em cima, o Godinho e outros que se tinham feito convidados já andavam à trolha. Ouviu-se um tiro na varanda e o director da associação pôs-se na alheta. A malta que estava nas esplanadas, em frente à Associação, quando viu aquele salssifré todo, decidiu participar na festa, correram pelas escadas acima. Entre vivas ao PAIGC e ao Cabral a Polícia desapareceu. Ouviam-se gritos por todo o lado, larguei a trela e o uisque foi por ali fora com o Matos´`a frente a abrir. O Parreira largou a namorada, familiares dela, tudo, para se juntar a nós. O Quintanilha, o tal pára do fraque, perguntou alto, o que estou eu aqui a fazer com esta roupa e com este calor? No ar cruzaram-se cadeiras, copos, sapatos, pratos, talheres, num chavascal danado. Uma cena indescritível que durou uns largos minutos até ser interrompida pela P.M.. Ponham-se daqui para fora, isto agora é connosco.
Mas isto não ficou por aqui, claro. Os fuzos estavam pior que baratas, não tinham sido convidados nem nada. Encontrámos-nos na UDIB(União Desportiva Internacional de Bissau).
Eu, o Parreira, o Pinguinhas do 8º Destacamento de Fuzileiros e o Furriel Miranda dos páras fomos até à Praça do Império, mesmo em frente ao Palácio do Governador. Um numeroso grupo  de negros que ali se encontravam começou a ameaçar-nos. O Pinguinhas foi ao café e pouco depois avisou que os fuzos vinham a caminho. Dirigi-me para os gajos. Quando cheguei junto deles disse-lhes qualquer coisa que já não me lembro. Em troca recebi um valente murro q2ue me fez ver as estrelas. Mas não caí, só vacilei. A centelha que faltava. Do café apareceu tropa macaca, comandos, páras, fuzos, um pandemónio outra vez. A mim interessava-me caçar o gajo que tinha tocado nesta cara que o meu Pai desenhou. Sempre ao meu lado, o Parreira acompanhou-me. À entrada do bar do cinema da UDIB havia um pátio com um portão de ferro, daqueles de correr. O gajo tinha-se escapulido por ali dentro, e um cabo-verdiano tinha corrido o portão. Como o gajo não o abria, o Parreira assapou-lhe com a fivela do cinturão e o portão de uma maneira ou doutra abriu-se. Entrei por ali dentro e nisto apareceu a barrar-me o caminho o responsável do cinema. Senhor comando,por amor de Deus, pare, vão destruir tudo! O assunto é comigo e com aquele gajo que está ali, o resto não é para aqui chamado. Fora daqui, toda a maralha!
À saída encontrei-me com um furriel da P.M., já meu conhecido. Pira-te, vem aí um pelotão da P.M..
No outro dia de manhã, em Brá apareceu um capitão da P.M. para proceder à identificação.Não me dei por achado e dirigi-me ao Q. General, ao major Magalhães, um dos oficiais que mais se torceu pela criação dos comandos da GUINÉ. Deviam era dar-lhe uma medalha, deixe o assunto por minha conta, Mirandela. Não me livrei de um Auto de averiguações. Outros não tiveram a mesma sorte, como se sabe e como também é costume nestas histórias.
Pois o julgamento que se fez do GENERAL SHULTZ, quando se diz que aquela história da Associação Comercial pôs em causa a psicossocial, quanto a mim não terá muito a ver com o que ele quereria. Conheci-o como Comandante da Zona de intervenção norte em Angola e vi-o como estratego que não dava tréguas ao IN. Quando foi nomeado Governador e Comandante-Chefe da GUINÉ encontrou-se num dilema. Se por um lado tinha de meter na ordem os resistentes, exercendo acções militares punitivas, como Governador tinha que cumprir as determinações de Lisboa, que eram puxar para o nosso lado esses mesmos rebeldes. Uma tarefa difícil. E ele dizia, em Angola fui Comandante Militar, tinha por missão acabar com as acções inimigas. Aqui sou Comandante Militar, mas também Governador. Tenho de pôr um bocado de água na fervura, para não aumentar a população rebelde.
Ora, o caso da Associação foi de facto um rude golpe na estratégia. Mas teve, pelo menos, um aspecto positivo, o que andava escondido veio ao de cima.
Como Governador, o General Shultz, quanto a mim, empenhou-se em circunscrever as acções da guerrilha e estrategicamente foi mais activo que o Spinola que esteve sempre muito mais interessado em publicidade e na sua auto promoção. Foi com o Spinola que as acções de guerrilha tomaram as proporções que se conhecem, com retiradas absurdas, tal como a dele depois do 25/4/75, com aquela precipitada fuga para Espanha, deixando Portugal à beira de uma guerra civil.
Fim da 1ª Parte- segue próximo capitulo