Na sua primeira face, os COMANDOS organizaram-se em Grupos Independentes a partir de voluntários dos Batalhões de Caçadores, constituindo as suas unidades de intervensão.
O sucesso destes GRUPOS fez com que rapidamente passassem a ser utilizadas à ORDEM DOS COMANDOS-CHEFES e COMANDOS MILITARES para a realização e OPERAÇÕES ESPECIAIS.
-- ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS (tipo ):
-- Uma Equipa de Comando ( um Oficial, um radiotelegrafista, um Auxiliar de Enfermeiro- Socorrista, dois atiradores).
-- Três Equipas de Manobra ( um sargento, quatro atiradores).
-- Uma Equipa de Apoio ( um sargento, um apontador de lança-chamas, um municiador, dois atiradores).
Esta organização de um GRUPO a cinco equipas e cada equipa a cinco elementos sofreu adaptações; mas a célula-base, a equipa de cinco elementos, manteve-se durante toda a guerra. Grupos Independentes de Comandos foram organizados e combateram em Angola e na Guiné, adoptando nomes de código:
--- " FANTASMAS"- Alferes Abreu Cardoso
--- "VAMPIROS" - Alferes Lousada
--- "AÇO" - Sargento Inácio Maria
--- "PEDRA" - Alferes César Rodrigues, e tantos outros.
Contudo, o evoluir da Guerra revelou a necessidade de maiores efectivos e de Unidades Autónomas, com capacidade para operar durante períodos mais longos e de se auto-sustentarem, razão que levaram à constituição das COMPANHIAS DE COMANDOS.
A primeira foi formada em ANGOLA e a sua instrução teve início em Setembro de 1964
O seu Comandante, o Capitão ALBUQUERQUE GONÇALVES, recebeu o GUIÃO da UNIDADE em 5 de Fevereiro de 1965.
A 2ª COMPANHIA teve como destino MOÇAMBIQUE, comandada pelo Capitão JAIME NEVES.
Iniciava-se, assim, o processo que levou à FORMAÇÃO das seguintes Unidades: 23 Companhias, que combateram em ANGOLA; 26 Companhias, que combateram em MOÇAMBIQUE, das quais nove constituidas localmente; 12 Companhias, que combateram na GUINÉ, das quais 3 AFRICANAS constituidas em permanência.
A organização e os principios organizativos dos "COMANDOS" Portugueses, inspirados na Legião Estrangeira Francesa e nos Pára-Comandos Belgas, fundamentam-se em grande mobilidade e criatividade e em Técnicas de Combate para a CONTRAGUERRILHA, muito bem definidas e capazes de suportar a inovação permanente.
A composição e a organização das Companhias de Comandos foram sempre adaptadas às circunstâncias e às situações, embora ao longo da guerra seja possível verificar dois modelos principais, que deram origem ao que se pode designar por COMPANHIAS LIGEIRAS e COMPANHIAS PESADAS.
As primeiras eram constituidas por quatro "QUATRO GRUPO DE COMANDOS", cada um com quatro subgrupos, com um efectivo de combatentes de 80 Homens e reduzida componente de apoio de Serviços.
Estas Companhias dispunham de pequena capacidade para se manter, de forma autónoma, durante longos períodos de tempo, pois destinavam-se a servir de reforço temporário a Unidades em quadricula, como forças de intervenção, e receberiam dessas Unidades os apoios necessários.
Nestas Companhias privilegiava-se a mobilidade e a flexidade de utilização, inicialmente empregues na GUINÉ e em MOÇAMBIQUE.
As Companhias Pesadas tinham cinco "Grupo de Comandos" a cinco Equipas, num total de 125 Combatentes, aos quais se juntava uma Formação de Pessoal de Serviços de cerca de 80 efectivos, com Médico, Pessoal de Comunicações, Transportes, Alimentação e Enfermagem.
Outro Tipo de Organização foi ainda adaptado para as COMPANHIAS DE COMANDOS AFRICANOS, constituidas na GUINÉ e dotadas de Militares Metropolitanos à medida das necessidades, um pouco à semelhança do que as FORÇAS ESPECIAIS AMERICANAS faziam no Vietname com os ADVISERS.
O evoluir da Guerra, a necessidade que passou a existir de combater em Unidades de elevados efectivos na Guiné e em MOÇAMBIQUE e de, por vezes em simultâneo, realizar Acções Especiais e Irregulares, levou a que se criassem Batalhões de Comandos naqueles dois Teatros de Operações.
Esta função de UNIDADE-MÃE foi, em ANGOLA e desde a sua fundação, desempenhada pelo Centro de Instrução de Comandos, que precisou também de se adaptar, separando a Actividade de Instrução e reunindo as Unidades Operacionais num Aquartelamento no Campo Militar da GRAFANIL, perto de LUANDA, embora sem nunca ter autonomizado por complecto o emprego Operacional sob um comando especifico.
Como grandes Unidades de Comandos foram constituídos o CENTRO DE INSTRUÇÃO DE COMANDOS, de ANGOLA, o Batalhão de Comandos da Guiné e o Batalhão de Comandos de MOÇAMBIQUE.
Além deste CENTRO, que preparou UNIDADES destinadas a ANGOLA e MOÇAMBIQUE, e ainda os "PRIMEIROS COMANDOS DA GUINÉ", também em PORTUGAL foi criado um CENTRO DE COMANDOS no CENTRO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS, em LAMEGO, que instruíu UNIDADES mobilizadas para a GUINÉ e MOÇAMBIQUE.
Na sua história, "OS COMANDOS" foram formados em ZEMBA (ANGOLA) a partir de 1962, em QUIBALA (ANGOLA) desde 1963, em NAMAACHA (MOÇAMBIQUE) e em BRÁ (GUINÉ) desde 1964, em LUANDA (ANGOLA) a partir de 1965, em LAMEGO desde 1966 e em MONTEPUEZ (MOÇAMBIQUE) a partir de 1969.